"Ponto de vista": Três religiões, a mesma opressão.

"Ponto de vista": Três religiões, a mesma opressão.

Ao ver o documento em que se mostrava a existência em Israel de pelo menos uma praia reservada a mulheres e em que estas poderiam banhar-se desde que estivessem vestidas, deparo depois com outra preciosidade demonstrativa da mesma obsessão cultural-religiosa, desta vez na companhia israelita de transporte aéreo El-Al.

Aqui, tratava-se de regulamentos que permitiam que um passageiro casado, e que viajasse só, hubpudesse exigir que ao seu lado não estivesse sentada pessoa do sexo feminino (não sendo claros os limites de idade aplicáveis...).

No primeiro caso não se obrigava  o uso de véu, prática que embora noutro contexto era obrigatória por exemplo em Portugal durante as missas, ainda há poucas dezenas de anos, acompanhada aliás de outras disposições relativas à proibição do uso de calças e de mangas curtas em blusas.

Tudo, simbologia ritual semelhante à de ritos muçulmanos e que denotam o tronco comum dos três principais ramos dos monoteísmos originários do Médio-Oriente.

Todos continuando a colocar o sexo feminino como uma espécie de aliado de uma entidade maléfica que importa manter subjugada, tanto na vida diária como em funções culturalmente importantes.

E, como tal, proibindo-a também de exercer quaisquer funções relevantes na intermediação ritual com a divindade suprema.

Ritos e mitos que têm subsistido ao longo da História, e que embora atenuados nomeadamente no caso do cristianismo na sequência de dissenções internas não deixaram de alimentar noutras religiões extremismos que continuam a incitar à aniquilação dos que não pensam do mesmo modo.

Apelos dos seus dirigentes de pouco têm servido, pelo que nos resta esperar que o aumento do conhecimento e da sabedoria se traduzam na compreensão do que deve ser a separação entre a adoração a uma divindade e as ritualizações de natureza social e cultural.

25.Junho.2017.