"Ponto de vista": Terror no Hawaii.


    Terror no Hawaii.

Abençoado golfe, que evitou que D.Trump (The true D.Trwitter) estivesse ao pé do seu "Grande Botão" e começasse a disparar mísseis contra o "Fogueteiro Kim" !

Este twitteriano comentário, semelhante a outros que surgiram pouco depois de ter passado o susto provocado no Hawaii por um - esse sim, "fake alarm" - indicia a perigosíssima situação em que a humanidade vive desde que foram criadas armas que a podem destruir, ou pelo menos deixar grande parte da vida na terra em profunda regressão, caso pessoas desequilibradas recorram ao seu uso aproveitando-se quer de eventuais seus poderes despóticos quer de inconsistências em deficientes organização e funcionamento de sistemas defensivos, desde a detecção e validação de fiabilidade de ameaças até aos procedimentos de controle de eventuais ordens de activação de instrumentos retaliadores, bem como da respectiva ligação prévia à verificação da eficácia dos dispositivos que permitam evitar a decisão de retaliação.

E, obviamente, accionar os sistemas de informação pública que em tempo útil recomendem aos habitantes que se abriguem tanto quanto possível, aconselhando acções e modos de proceder que reduzam o pânico - como agora acaba de suceder no Hawaii.

Sistemas de informação que deveriam ser objecto de alguns exercícios previamente preparados e anunciados caso se verificasse o agudizar de situações de tensão prenunciadores de um aumento das probabilidades de ocorrência de ataques.

O que aconteceu no Hawaii, episódio em que a mensagem de alarme difundida acentuava claramente que não se tratava de um exercício de simulação ou de verificação do sistema de avisos de urgência, mostrou também que para além das deficiências locais constatadas no sucedido existem graves questões a colocar relativamente à reacção - ou sua ausência - de D.Trump face ao falso alarme de ataque mísseis difundido no Hawaii (e cujo desmentido demorou a naquelas circunstâncias "eternidade" de 38 minutos a surgir).

É que a mensagem "Trwitteriana" que surgiu não se referia ao incidente Hawaiano (talvez porque não considere ter ocorrido bem dentro da sua "Great America"), mas sim e de novo ao por ele apelidado de "Fake book" de M.Wolff, em notório delírio obsessivo.

Esperar-se-ia, dado o historial das suas "trwitterinas" rápidas reacções, uma mensagem lamentando o sucedido - mesmo quiçá salientando ter ocorrido num "Estado democrata", imbecilidade que por certo não seria considerada muito relevante, dadas as circunstâncias - e informando que desde o início que sabia tratar-se de um "fake alarm" e que os seus "fellow americans" do Pacífico estavam e estariam sempre "safe" enquanto ele estivesse na Casa Branca...

Porém, a gravidade do que se passou reside também no facto de no meio daquela descoordenação e confusão que deve ter reinado naquelas dezenas de minutos a Porta-Voz da Casa Branca, Lindsay Walters, ter referido - após mencionar que o Presidente tinha sido colocado a par do que se estava a passar no Hawaii - que o sucedido não tinha passado de um "emergency management exercise", adestramento para gestão de situações de emergência bem diferente do que o próprio Governador do Hawaii tinha descrito como um erro de um funcionário que na mudança de turno tinha premido um botão errado...

(Felizmente que devia ser um botão muito pequenininho, só para avisos, nada comparável com o já maiorzinho do Kimzinho, e muito menos com o Botãããão Trumpão...)

A terminar, e agora muito a sério.

Há pouco mais de um mês, nestas páginas, referi o facto de o General (Força Aérea) J.Hyten, responsável pelo StratCom (Comando de que dependem as forças nucleares dos EUA) ter declarado que tem pensado muito sobre o que faria se o Presidente ordenasse um ataque que ele, Gen.J.Hyten, considerasse ilegal.

Talvez agora aquele General deva estar também a pensar sobre se não deverá incluir uma reflexão prévia sobre a qualidade da organização e respectivos processos de informação e de aconselhamento de decisões presidenciais na mesma matéria, pois o que sucedeu indicia um alto estado de nebulosidade organizacional da Administração americana, para o que poderá concorrer a personalidade flutuante do actual Presidente - bem capaz de tal como nos seus desempenhos de golfe deparar com um difícil "hole",

O pior é que cairiamos muitos de nós igualmente em tal buraco ...

14.Janeiro.2017