"Ponto de vista": EUA, um país dividido.


     EUA, um país dividido.

"Prendam na já!" ("Lock her up!") - referindo-se a multidão comicieira de D.Trump a Hillary Clinton, sem qualquer esforço visível do candidato para que tal invectiva cessasse...

"Enviai-as de volta para as suas terras-natais!" ("Send them back!" - where they came from") - em análogo e recente episódio, referindo-se às 4 Congressistas que têm criticado mais o presidente americano.

Só falta "Sieg heil", ou algo como "para já, já, Já!", ("Do it now, now,
Now !!*) para o quadro ficar completo, em ressonância com episódios analogos do fascismo e do nazismo.

E estas situações, algo semelhantes às que ocorriam na Alemanha ou na Itália dos anos 30, tiveram lugar em 2016 (campanha presidencial) e há poucos dias (Ilhan Omar, Alexandra Ocasio-Cortez, et al) - isto no segundo decênio do presente Milénio.

Por multidões delirantes em comícios de Donald Trump (também conhecido como Donald Trwitter),em que quase metade dos Estados Unidos da América esquecida da abolição da escravatura e do fim oficial  do segregacionismo aplaude bovinamente um negociante com pouco sentido de ética que chegou a presidente através da TV e dos financiamentos pouco claros que tal permitiram, e que exibe a sua impreparação e falta de cultura baseando toda a sua política em guerras comerciais e sanções da natureza económica.

Invocando inimigos externos ou internos, imigrantes, adversários políticos e jornalistas, tudo lhe serve para alimentar um clima de ódio ao que não é "branco", dividindo os Estados Unidos em duas partes em que os que não são por ele rotula de anti-patriotas, tal como A.O.Salazar gostava de afirmar.

Mesmo que  perca as próximas eleições criou uma América dividida que dificilmente recuperará das feridas causadas por mentiras e falsos desmentidos, pois quem viu um dos seus últimos comícios em vídeos que mereçam toda a credibilidade decerto recordará que já viu "aquilo"...

Importa assim repensar os sistemas democráticos eleitorais, em particular nos EUAE e reflectir sobre a necessidade de os recriar a partir da base eleitoral local, que nos permite avaliar directamente, e com menos influência de meios financeiros poderosos, quem nos deve representar e em quem podemos outorgar a capacidade de elegerem quem legisle e quem execute.

Será um processo para muitos e longos anos,  em que o aumento da informação e da luta contra os seus desvios e manipulações permitirá escolhas mais racionais visando uma redução dos sistemas autocráticos desenhados para permitir a ditadores o exercício do poder, em conúbio com os seus financiadores.

Em particular nos EUA, dado o papel relevante que é por este país desempenhado no mundo, e onde os caminhos do aperfeiçoamento da democracia e da liberdade de expressão têm progredido - mal grado a presente deriva "Trwitteriana".


21.Julho.2019