Afinal, quantos estamos por cá?


   Afinal, quantos estamos por cá?

Os dados existentes na Pordata (que se apoiam essencialmente nos números do INE) mostram que no final de 2018 a população portuguesa residente no território nacional era de cerca de 9,8 milhões.

Por outro lado, o número de cidadãos então inscritos no Recenseamento eleitoral, também referente ao território nacional, era de cerca de 9,3 milhões.

Estes cidadãos têm idade igual ou superior a 18 anos (em que passam a ter capacidade eleitoral), pelo que deveriam corresponder a cerca de 85% do total da 
população portuguesa residente no território nacional, que assim seria muitíssimo superior aos cerca de 9,8 milhões anteriormente referidos, rondando portanto os 11 milhões de cidadãos.

Mas se admitirmos que a população residente no território nacional era mesmo de cerca de 9,8 milhões no final de 2018, então o número dos cidadãos constantes no recenseamento eleitoral não deveria exceder cerca de 8,3 milhões (85% dos 9,8).

Ou seja, menos 1 milhão dos que estavam efectivamcnte recenseados (9,345 milhões).

A explicação poderá residir principalmente no facto de haver muitos emigrantes que declararam, aquando da emissão ou renovação do documento de identificação civil - base do actual recenseamento eleitoral - uma morada no território nacional.

É provável que haja outros factores, como o atraso ou ausência de comunicação de alguns óbitos no estrangeiro, mas que assumem um carácter residual.

Qual das duas perspectivas quanto à população portuguesa (pois os números sobre o recenseamento são irrefutáveis)?

Enfim, para  além das questões relacionadas com a validação de referendos, e das dificuldades de comparação de percentagens de abstenções, há uma que se impõe, relacionada com a atribuição do número de mandatos em cada círculo eleitoral.


29.Setembro.2019