"Ponto de vista": De novo, o Banco Europeu de Investimento.


     De novo, o Banco Europeu de  lnvestimento.

Tenho focado nestas páginas o Banco Europeu de Investimento (BEI) como uma das soluções para o desenvolvimento da União Europeia em geral e de Portugal em particular.

Acentuei que o Banco Central Europeu (BCE) tem continuado a política de tentativa de indução do crescimento através de generosos incentivos à Banca da zona Euro, tendentes à procurada inversão do ciclo deflacionário e ao nível de inflação na ordem dos 2% anuais, política cujos resultados têm estado longe de ser satisfatórios, na medida em que a Banca - nomeadamente em Portugal - tem privilegiado a busca do seu equilíbrio financeiro, não arriscando muito na concessão de créditos a empresas, e assim favorecendo um ciclo de inanição  que não augura nada de positivo para a própria sobrevivência da moeda única.

O BEI apresenta-se assim como sendo a melhor solução para o crédito a PME, pois estatutariamente não só deve privilegiar este sector do meio empresarial, responsável por mais de 90% do emprego, como também por ter que conceder os financiamentos através da Banca nacional - que tem assim o seu risco bastante atenuado embora deva obviamente avaliar a qualidade dos projectos apresentados. 

O investimento conduzido através do BEI não é inimigo da procura do equilíbrio das finanças públicas, antes melhora a quantidade e qualidade do emprego e o crescimento do Produto (com a consequente diminuição da dívida pública).

Recorde-se que o prestigiado Professor e Economista Barry Eichengreen acaba de publicar um artigo, transcrito pelo Jornal Expresso em 31.12.2019, no qual acentua que face aos modestos resultados obtidos em matéria de desenvolvimento pela política monetária do Banco Central Europeu há que recorrer ao Banco Europeu de Investimento.

Lembra que possui um Conselho de Administração de todos os Estados-membros da União Europeia, tendo a responsabilidade de financiar projetos de investimento sustentável e o poder de contrair empréstimos para tal fim . 

E uma vez que é necessário colocar os seus títulos junto de Investidores privados, está sujeito a à disciplina do mercado, auferindo retornos positivos dos seus investimentos, pelo que o aumento dos seus empréstimos e gastos seria inteiramente consistente com o seu mandato.

Perante estes argumentos pergunto: de que está à espera a União Europeia?

12.Janeiro.2020