Estátuas, retratos, e História.
O que tem sucedido recentemente com retiradas de estátuas dedicadas a personalidades históricas, na sequência de emotivas manifestações provocadas pela morte de George Flynn nos EUA, faz-nos reflectir sobre o que poderá acontecer por exemplo em museus caso nas chamadas redes sociais surjam apelos a análogas "defenestrações" traduzidas por exemplo no lançamento de tinta sobre retratos de personalidades associadas a acontecimentos históricos que tenham sido objecto de anátema entrado como tal na moda.
A História, cujas versões "oficiais" tantas vezes têm sido reescritas, deve ser respeitada através da clara separação entre a celebração e a constatação.
E, ao escrevê-la - o que ocorre a cada momento, nomeadamente pela caneta de responsáveis políticos - estes devem ter presente a noção de que os ventos podem mudar, e que em vez de se glorificarem pessoas é mais prudente a celebração dos factos a elas associados e das ideias que por elas foram defendidas.
Tal permitiria a possibilidade da eventual presença, lado a lado, de algo e do seu contrário.
14.Junho.2020