EUA - R.Giuliani tem alguma razão.
O advogado de Donald Trump, Rudy Giuliani, tem formalmente razão ao referir que J.Biden não podia invocar a qualidade de Presidente-eleito logo no quarto dia a seguir à eleição pois tal condição só pode ser formalmente atribuída na sessão do Congresso que constitucionalmente deve ocorrer no dia 3 de Janeiro, e informalmente reconhecida pelo Colégio Eleitoral no dia 14 de Dezembro, não sendo válido qualquer anúncio antes desta data.
R.Giulani criticou o que considerou ser uma intervenção abusiva por parte das cadeias de televisão ao transmitirem de modo concertado os discursos de vitória de J.Biden e de K.Harris, referindo que não deveriam ( TVs e candidatos) ter procedido daquele modo dado que já tinha sido anunciada a existência de importantes recursos contestando os apuramentos de resultados.
"Esqueceu-se" porém de uma longa tradição nas eleições presidenciais seguida pelos candidatos que reconhecem a derrota e que consiste em felicitar os inequivocamente vencedores logo que os resultados mostrem que eventuais recursos não têm possibilidades de êxito, e que apenas em 2000 ocorreu uma situação de impasse e quase empate que obrigou a uma intervenção do próprio Supremo Tribunal.
A excessiva pressa de D.Trump em anunciar vitória é que terá provocado esta desconfortável situação,
Tivesse D.Trump apenas dito que não reconheceria os resultados eleitorais até que os tribunais decidissem sobre os recursos que poderia interpor, e mantido uma postura "civilizada" aguardando os resultados de tais recursos (e que provavelmente seria adoptada por J.Biden), ter-se-ia contribuído para uma acalmia da tensão política que continua a envenenar os E"U"A.
9.Novembro.2020