Goa, 1961: a vergonhosa ordem para encalhar o "Afonso de Albuquerque".
Há 59 anos ocorreu a invasão dos territórios de Goa, Damão, e Diu pelas Forças Armadas da União Indiana, envergonhadamente realizada sem declaração de guerra.
As autoridades militares portuguesas, cientes de que tal acto hostil poderia ocorrer, teriam dado instruções para em tal caso - e na perspectiva de as forças atacantes serem claramente muito superiores - ser encalhado o simbólico "Afonso de Albuquerque" de modo a desempenhar um papel de "forte terrestre" - esquecendo que um navio de guerra existe para combater navegando - e num quadro em que competia ao Presidente do Conselho de Ministros (e ao presidente da República) encontrar antecipadamente (pelo menos desde 1954) uma solução honrosa que evitasse situações semelhantes às ocorridas em1580, 1807,1822, e 1890.
O Comandante do Navio não seguiu tais instruções, o que lhe permitiu encetar um confronto em que, apesar de ter atingido um navio indiano - rapidamente substituido por outro - não conseguiu resistir à superioridade numérica e artilheira da esquadra indiana, após cerca de uma hora a combater sempre e simultaneamente com 2 navios - e por vezes mesmo mais.
Afonso de Albuquerque não teria por certo dado instruções análogas aos comandantes das suas esquadras.
Sombria maneira de se terminar aquele simbólico combate naval da nossa Marinha, porém acompanhado galharda e honrosamente pelo então Tenente Oliveira Carmo, Comandante de uma pequena Lancha que afrontou a aviação inimiga, perecendo com parte da sua Guarnição.
Precisamente com a participação em tal combate de um navio com o nome de Afonso de Albuquerque.
20.Dezembro.2020
(revisto em 25.Dez.2020).