"Ponto de vista": Comunicação electrónica nas Freguesias.
Comunicação electrónica nas Freguesias.
No "Ponto de vista" anterior acentuava-se que cada vez se torna mais necessário compensar o afastamento presencial entre as pessoas provocado pelo enorme incremento da comunicação electrónica, quer pela dependência da Tv clássica e dos seus sucedâneos tipo Netflix, quer pelo exponencial aumento do que é uso apelidar-se de "redes sociais".
O Poder Local - referia-se no mesmo texto - não pode prosperar assente apenas no seu exercício por representantes, certo que eleitos, mas que devem procurar manter viva a chama da participação dos eleitores na análise dos problemas, em particular ao nível das Freguesias, elementos de base da democracia.
E, dadas as dificuldades que advêm da cada vez menor disponibilidade dos cidadãos para se deslocarem às sedes das Juntas de Freguesia, nomeadamente em grandes áreas urbanas, decorrentes das mudanças sociológicas que têm vindo a ocorrer e nelas do maior tempo dedicado à comunicação electrónica, pode ser de ponderar a hipótese de uma maior utilização deste tipo de comunicação, interagindo com os representantes eleitos em redes electrónicas de intervenção cívica.
Imagine-se assim uma Junta de Freguesia que delimita diversas áreas geográficas no seu território em função dos parâmetros que considere mais apropriados - por exemplo o tempo de 5 minutos para uma deslocação entre dois dos seus extremos - e providencia por que sejam depositados convites nas caixas postais indicando não só os sítios Internet da Junta como o endereço electrónico de um coordenador local provisório, apelando à participação na discussão de questões relacionadas com a área geográfica indicada no mesmo convite, e a uma posterior eleição de um novo coordenador, em processo regulado pela Junta na sequência da difusão dos nomes e endereços electrónicos dos participantes que autorizassem tal procedimento..
Coordenador esse que seria convidado a participar em reuniões mensais de coordenadores "de bairro" com um elemento da Junta, que nas reuniões públicas desta daria conta dos assuntos analisados.
Tal participação que, como referi no texto publicado há uma semana, se bem apoiada, se tornará progressivamente mais presencial e interventiva.
12.Novembro.2017
