"Ponto de vista": Uma nova reflexão sobre as eleições europeias.

Uma nova reflexão sobre as eleições europeias.

    A uma semana das eleições para o Parlamento da União Europeia é fácil antever os seus resultados: uma abstenção sem precedentes em quase todos os Estados-membros, as preocupações dos cidadãos centradas nas políticas nacionais (e no que à União respeita, nos aspectos que mais incidem em tais políticas), o distanciamento entre eleitores e candidatos, e o afundamento dos partidos do centro face ao crescimento dos que se situam nos extremos da distribuição política - nestes, com realce para os que advogam quer a saída da União quer a diminuição das suas competências interventoras.

    Virá então à superfície a discussão sobre os erros cometidos ou sobre as inacções porventura constatadas, avultando questões sobre a excessiva pressa na adopção de uma moeda "comum" (deixando de fora diversos países), a falta de uma política de defesa apropriada e sem recursos adequados, bem como de uma acção diplomática externa consistente, e um modelo organizativo confuso e intrincado.

    E, como mais relevante, a falta de uma coesão política entre os cidadãos da União, bem como de um crescente afastamento entre os eleitores e os seus representantes, quer nas eleições europeias quer nas de nível nacional e local.

    Importará então saber recuar, e reflectir profundamente sobre a caracterização de um novo "espírito europeu", procurado entre os valores identificados como comuns e alicerçado numa dinâmica que gradualmente o faça progredir.

    E, ao mesmo tempo, numa revisão dos Tratados que, em consonância com tais valores, dê prioridade à comunicação entre as pessoas e simultaneamente ajuste objectivos que porventura tenham pecado por serem excessivamente ambiciosos ou por serem tímidos em demasia.

    A União Europeia pode vir a ser uma potência respeitada no Mundo, se encontrar este novo caminho.

18.Maio.2014.