Faleceu o Almirante José António de Matos Nunes da Silva.


      Faleceu o Almirante José António de Matos Nunes da Silva.

Estava no Hospital de Santa Cruz, tentando recuperar de um acidente vascular cerebral na sequência de uma pneumonia.

Já há diversos meses que tinha pensado que lhe era devida uma "homenagem internética", traduzida no envio de mensagens de significativo número de Camaradas d'Armas e de outras pessoas elogiando a sua imagem de Cidadão empenhado civicamente, sagaz e atento, actualizadíssimo no uso das modernas tecnologias de informação, com uma brilhante carreira naval e extremamente dedicado à Marinha.

Tinha vindo a adiar tal iniciativa - em parte porque não estava a sentir o pulsar que esperava, e também porque não me tinha empenhado o suficiente em procurar uma maior adesão à ideia, que tinha também como objectivo suscitar da Marinha, e do Comandante Supremo das Forças Armadas e Presidente da República o reconhecimento do elevado mérito do Almirante Nunes da Silva.

 E assim, ao sair do Hospital onde o fui visitar um sentimento de profundo remorso apoderou-se de mim.

Remorso por não ter tentado iniciar de imediato o processo de concretização da homenagem imaginada.

Regressado a casa, publiquei nestas páginas um pequeno texto de homenagem a este distintíssimo Camarada, do qual lhe dei depois conhecimento, com a ajuda de sua Filha Helena, tendo ficado obviamente muito sensibilizado - e também por saber que, além do imediato e pronto apoio do Almirante Chefe do Estado-Maior da Armada e do Almirante Vice-Chefe do Estado-Maior da Armada, inúmeros Camaradas tinham enchido a sua caixa de correio electrónico com mensagens desejando uma plena recuperação.

Que não se revestiram provavelmente da componente de "homenagem internética" em massa que - estou certo - teria apreciado muito, quiçá tanto como uma condecoração outorgada ao mais alto nível.

Fracasso de que me penitencio.

E, ao terminar ante-ontem aquela que viria a ser a última visita, não quis deixar de me despedir com uma expressão que já não usava desde 1988:

" O Senhor Almirante determina mais alguma coisa ?"

Acenou-me, com um brilho nos olhos.

16.Junho.2018.

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Último "Ponto de vista.":  Em 5 de Março de 1974, um documento histórico.
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