"Ponto de vista": Boris e o desafio do petroleiro britânico.


     Boris e o desafio do petroleiro britânico.

Comecemos por recordar que há algumas semanas a Marinha Britânica arrestou ao largo de Gibraltar um petroleiro iraniano que alegadamente teria como destino um porto sírio, tendo sido invocado oficialmente que o teria feiro ao abrigo de disposições internacionais que proibiam o fornecimento de petróleo ao regime de Assad.

Observadores credenciados de imediato assinalaram que as citadas disposições apenas proibiam o comércio daquele combustível, não estando nem tendo sido provado que o navio em causa se dirigisse a um porto da Síria, nem estando em curso qualquer tipo de bloqueio naval às costas marítimas daquele país.

Alguém no Governo do Reino Unido esqueceu porém que no estreito de Ormuz passavam semanalmente diversos petroleiros sob o pavilhão britânico, e que a Guarda Revolucionária do regime iraniano já tinha acabado de mostrar a sua existência no Golfo Pérsia, em situações conflituais com os EUA, pelo que não deveria mostrar surpresa pelo apresamento em causa - em nítida retaliação pelo episódio de Gibraltar.

Algo paralisado pela complexa situação que ocorria, e embaraçado por acrescer o facto de os EUA - aliás, D. Trump "Trwitter" - pressionarem diversos Estados (entre eles o Reino Unido), para aderirem a sanções unilaterais contra o Irão, o Ministro J. Hunt e o Governo britânico, sem meios navais suficientes para protegerem a sua navegação mercante no Golfo Pérsico, reuniram o Gabinete de crise conhecido por "COBRA" e encetaram diligências no sentido de ser constituída uma Força Naval... Europeia para assegurar tal protecção ...

"Europeia" - da Europa de que fazem parte 28 Estados que constituem a União Europeia - que o Reino Unido pretende, ao que parece, abandonar I 

Entretanto J.Hunt, derrotado por Boris Johnson nas eleições do Partido Conservador tendentes a escolher o sucessor da Primeira-Ministra T.May, abandona o Governo.

E agora, Boris? 

28. Julho.2019