"Ponto de vista"- Facebook e email: as incertezas da informação.


      Facebook e email: as incertezas da informação.

Há alguns dias recebi uma mensagem de uma amiga minha que me  retransmitia uma informação que circulava na internet e que eu sabia ser falsa.

Sugeria-me que a reenviasse a mais pessoas minhas amigas.

Não foi difícil encontrar na internet informação apropriada que demonstrava - citando factos irrefutáveis - que tal informação era falsa, pelo que respondi remetendo os dados obtidos, tendo obtido como resposta um simpático agradecimento.

Dois dias depois recebi idêntica mensagem de outra amiga, a quem respondi de modo semelhante, não tendo porém obtido qualquer resposta.

E no mesmo dia, nova ocorrência.

Desta vez acrescentei à minha resposta a sugestão de ser procedido a análogo esclarecimento junto de quem tinha enviado a mensagem original (que certamente tinha sido retransmitida por outrem, dada a quantidade de "Fw" e "Fwd" constantes da área de Assunto).

Seria de esperar que esta última pessoa, culta e inteligente, não só tivesse retransmitido a mensagem de esclarecimento como também me tivesse dado conhecimento da sua reacção de ter tentado contribuir para a anulação de uma falsidade circulante. 

Tal não ocorreu, pelo que é lícito admitir que a distorção da verdade seguiu o seu caminho pelas redes de conhecimentos e de "amizades" existentes na internet, até porque as características do facto inicialmente relatado propiciavam a curiosidade.

Dado que parece provável que apenas uma pequena percentagem das pessoas que recebem mensagens "escandalosas" se dê ao trabalho de as verificar e de fornecer às remetentes dados sólidos sobre notórias falsidades, corremos o risco de assistir à proliferação destas últimas, com a subsequente construção de uma sombria internet, onde imperará a desconfiança - ou, pior ainda, a confiança no que é falso ou tortuoso.

Mais que sombria, uma "verdadeira" Internet escura, uma "dark NET", onde até já circulam vídeos falsos sobre pessoas reais (um dos mais conhecidos reproduzindo um "casamento" do primeiro-ministro luxemburguês) ....

Que fazer? 

Procurar "emissores" ("sites") de confiança; e acreditar mais em "retransmissores" sérios.

E, obviamente, proceder a adequados  esclarecimentos junto de quem tenha retransmitido mensagens notoriamente destorcedoras da verdade.

Utopia? Melhor que inacção e alienação.

14.Julho.2019