O vergonhoso comportamento dos senadores "republicanos" - à excepção de M. Romney - no "julgamento" de Trump.
Devo voltar à análise do julgamento da impugnação do presidente dos Estados Unidos da América porque, como já referi anteriormente nestas páginas, este assunto é de especial importância para todo o mundo, dado o papel que os EUA desempenharam em prol da Liberdade, nomeadamente a quando da II Grande Guerra, e em algumas situações mais recentes, como a da luta contra o extremismo islamita, e tendo presente a sua importância a nível global.
Já perguntei como se terá sentido John G. Roberts, Presidente do Supremo Tribunal de Justiça dos Estados Unidos da América, ao presidir às sessões do Senado convocadas para julgar o pedido de destituição do presidente dos Estados Unidos da América, quando a maioria Republicana votou contra a convocação de testemunhas, aparentemente esquecendo os ideais dos pais fundadores da Constituição que por certo pensaram que a presidência pelo mais qualificado Juiz do Supremo Tribunal asseguraria o respeito pelos princípios básicos da Justiça e do Direito, em que o principio do contraditório é um dos essenciais - e que nele figura o mais elementar: a audição de testemunhas e a avaliação de testemunhos, e olvidando as decisões do seu antecessor, William H. Rehnquist, que no julgamento de Bill Clinton (1999) não hesitou em se impor ao Senado em diversas e importantes questões de natureza processual.
Agora terminado o julgamento não posso deixar de vivamente repudiar o comportamento da quase totalidade dos senadores republicanos ao não permitirem a audição de testemunhas cujos depoimentos se sabia trazerem importantes dados para apreciação.
Quase totalidade, porque o senador Mitt Romney votou contra tal procedimento demonstrando a sua verticalidade e as razões pelas quais poderia ter sido Presidente caso o seu opositor não tivesse sido Barack Obama.
Mitt Romney, tal como John McCain noutros episódios, demonstrou que pensava autonomamente, ao contrário de um rebanho de senadores que envergonharam milhões de americanos decentes.
D.Trump, "aka" D. Trwitter, demonstrou de imediato o seu carácter - tal como seu filho Donald - bolsando alusões torpes, que, com o afastamento do Embaixador Sondland e do Coronel Vindman ( testemunhas incómodas do comportamento do Trump face à Ucrânia) das funções oficiais que desempenhavam, mostrou uma vez mais a sua pequena estatura.
E que, tal como aqui afirmei anteriormente, pode resvalar - dadas as caracteristicas já provadas daquele twiterista - para populismos demagógicos cujo futuro pode ser preocupante a nível mundial.
Como podem aqueles Senadores-"Juízes" andar, a partir de agora, de cabeça erguida ?
9.Fevereiro.2020
