Ponto de vista" - Reestruturações nas Forças Armadas. Se


   Reestruturações nas Forças Armadas

A Democracia e a liberdade de expressão, que permitem - felizmente - que até pensadores como João Freire, Barata Moura, e Soromenho Marques se pronunciem sobre a organização das Forças Armadas, abre portas para que outras pessoas possam acrescentar mais contributos, mesmo desprovidos de fundamentação apropriada.

E assim, eis algumas breves reflexões.

Normalmente, a arquitectura da Defesa Nacional deveria ser desenhada a partir de um inventário de possíveis ameaças, em que aos imutáveis condicionantes geográficos de conflito - mar, terra, e espaço aéreo - se juntam outros, nomeadamente os cibernéticos e os de natureza psicológica decorrentes da circulação de informação, bem como os "clássicos" nucleares, bacteriológicos, e químicos ("NBQ").

E, dado não haver estanquecidade entre os citados condicionantes, às clássicas Forças de Marinha, Exército, e Aero-espacial devem ser acrescentadas outras que poderiam ser apelidadas de "conjunção" - fuzileiros, aeronavais, e aeroterrestres - cujo controle operacional deveria ser exercido a partir das respectivas plataformas de projecção.

Delimitam-se assim com alguma clareza os tipos de unidades defensivas necessárias, em que às "clássicas" se devem acrescentar as que, devendo ter características de natureza central, devem ser completadas por unidades "locais": trata-se das que exercem funções defensivas contra ataques de tipo psicológico, electrónico e digital, bem como nas de características NBQ.

É então que em função dos tipos de ameaças existentes, ou que se podem  antever, que se devem desenhar as estruturas de estudo, criação, manutenção, operação, e investigação.

E nelas há que distinguir as de Comando, de Estado-Maior, de Operação, e de Apoio.

Tudo se tornará mais claro.

11.Julho.2021.