.......19.Fevereiro.2024
"Será que é verdade?"
Pergunta que tenderá talvez a ser frequente quando recebermos informação.
Do "Expresso" de hoje, com antecipados agradecimentos:
" Na passada sexta-feira dezenas de empresas tecnológicas, entre as quais a Amazon, Google, Meta, Microsoft e OpenAI, prometeram trabalhar juntas para impedir que a inteligência artificial (IA) possa ser usada para enganar os cidadãos e interferir nos resultados eleitorais.
“Com tantas eleições de relevo a decorrer este ano, é vital que façamos o que pudermos para evitar que as pessoas sejam ludibriadas por conteúdos gerados por IA”, afirmou o responsável máximo de relações institucionais da Meta, Nick Clegg, durante a Munich Security Conference (sobre a qual pode ler mais aqui). Citado pelo “Financial Times”, também Brad Smith, presidente da Microsoft, reconheceu que as empresas têm “uma responsabilidade de ajudar a garantir que estas ferramentas não se tornam armas eleitorais”.
A posição das gigantes tecnológicas surgiu no mesmo dia em que a OpenAI (a entidade que criou o ChatGPT) apresentou publicamente uma nova ferramenta, designada Sora, que foi concebida para criar vídeos curtos com base em textos. Usando a inteligência artificial, o modelo Sora consegue produzir animações hiper-realistas, ainda que a OpenAI reconheça que tem limitações técnicas. Esta nova ferramenta poderá ou não ameaçar o trabalho de um grupo alargado de profissionais do mundo criativo e do entretenimento, dispensando o tempo, dinheiro e recursos de parte das funções dessas indústrias (são vários os exemplos dados pela OpenAI sobre o que o Sora permite fazer)? E poderá ou não facilitar a criação de narrativas fictícias, gerando sofisticados conteúdos deepfake (manipulados, mas com um aspeto tão realista que pode enganar boa parte dos utilizadores da Internet)? Será esse um perigo maior ou menor que a difusão de falsidades em direto numa qualquer campanha eleitoral? A esse respeito, a OpenAI já indicou estar a trabalhar para evitar que o Sora seja instrumentalizado para alimentar a desinformação, os discursos de ódio e os preconceitos.
Além de potenciais benefícios para uma sociedade cada vez mais digital e focada na obtenção de resultados mais rápidos, a IA pode suscitar reservas: facilitará ou não a desinformação e o populismo num mundo onde o funcionamento das redes sociais tantas vezes induz respostas binárias e interpretações a preto e branco de questões complexas? E há outros pontos de reflexão. Como fica a criação artística? (...)"