O incrível Trump e os incríveis americanos que o apoiam.

 ......23. Dezembro 2025 

O incrível Trump e os  incríveis americanos que o apoiam.

Um notável texto de Jorge Bettencourt, com a devida vénia:

PRESIDÊNCIA, S.A.

 

Pode ser uma imagem de texto

 

Ao observar o modus operandi de Donald Trump, especialmente à luz da sua incursão no universo dos activos digitais e das fusões empresariais ligadas ao seu nome, torna-se impossível ignorar a transformação profunda – e inquietante – que a presidência norte-americana sofreu nos últimos anos. O caso de Trump não é apenas um episódio isolado de oportunismo político; simboliza uma viragem histórica, na qual o exercício do poder deixou de estar restrito a um mandato constitucional e passou a ser um instrumento de maximização de lucro privado num ecossistema global cada vez mais desregulado.

 

A digitalização da influência, expressa pelo lançamento de activos digitais e pela criação de redes financeiras opacas, é reveladora da maneira como a tecnologia pode ser instrumentalizada para subverter princípios democráticos elementares. A entrada agressiva de Trump no mercado cripto, somada ao afluxo de capitais provenientes de fundos internacionais pouco escrutinados, lança um alerta sobre a fragilidade dos mecanismos tradicionais de controlo financeiro e ético. O dinheiro que circula nestas plataformas escapa a qualquer tentativa séria de regulação ou transparência, criando um ambiente propício ao financiamento político informal e até à lavagem de capitais. Este fenómeno, longe de ser exclusivo dos Estados Unidos, antecipa desafios sérios para todas as democracias liberais, que ainda não encontraram respostas eficazes para a convergência entre tecnologia disruptiva e poder político.

 

O caso da fusão com a TAE Technologies aprofunda o dilema: quando o titular do cargo mais poderoso do mundo detém interesses diretos numa empresa dependente de políticas públicas, a linha entre o público e o privado dissolve-se. Esta promiscuidade entre governo e negócio mina irremediavelmente a credibilidade do sistema político. O risco de captura do Estado por interesses particulares nunca foi tão evidente; e, no limite, o governo transforma-se num veículo de enriquecimento pessoal, esvaziando de sentido o contrato social.

 

A consequência mais perniciosa desta nova realidade não reside apenas na acumulação de riqueza por parte de quem governa, mas sobretudo na erosão da confiança coletiva nas instituições. A normalização da lógica de "eu ganho, tu perdes", promovida por Trump, fragmentou o tecido cívico norte-americano e legitimou práticas antes consideradas inadmissíveis. Se a presidência se torna um trampolim financeiro, a cidadania converte-se num exercício de cinismo, onde o mérito e a ética pouco contam face à esperteza e ao acesso privilegiado.

 

Enquanto observadores externos, não podemos cair na tentação de tratar o fenómeno Trump como uma anomalia puramente americana. Trata-se, antes, de um prenúncio dos perigos que espreitam qualquer sociedade que fragilize os seus mecanismos de escrutínio e dependa excessivamente do carisma individual como critério de liderança. A lição a retirar é clara: sem uma cultura democrática robusta, sem transparência financeira e sem limites éticos bem definidos, o risco de captura do Estado por interesses privados cresce exponencialmente.

 

A presidência Trump, ao fundir tecnologia, retórica divisiva e negócios privados, deixa marcas profundas na democracia americana – mas serve, acima de tudo, como aviso à navegação para todos os sistemas políticos que pretendem sobreviver à turbulência do século XXI. Cabe-nos, enquanto cidadãos, exigir rigor, escrutínio e ética de quem governa, sob pena de assistirmos, impotentes, à corrosão dos valores que sustentam o próprio conceito de democracia.

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O ridículo mata, Don !

 ......19.Dezembro.2025

O ridículo mata,  Don ! 

Ele é o FutNobel da Paz, 

Ele é o novo Don Kennedy Center,

Ele provavelmente quererá figurar  como Don Trump Ball Room...


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