...... 11. Dez.2022
Futebol : a propósito da eliminação da Selecção da Federação Portuguesa de Futebol nos quartos-de-final do Campeonato Mundial.
Em 2018, a propósito de uma eliminação análoga à que ocorreu agora, escrevi um pequeno texto que creio mantém a sua actualidade, pelo que a seguir o reproduzo, após pequenas modificações:
Poderá parecer estranha esta incursão em páginas que sobre o futebol profissional apenas se têm circunscrito à crítica dos aspectos de natureza alienatória e comercial daquele tipo de espectáculos.
Porém, a eliminação da equipa da Federação Portuguesa de Futebol nas fases finais do Campeonato Mundial em curso dá azo a que eu transmita algo do que aprendi e posteriormente desenvolvi no âmbito de uma das 3 áreas de especialização em que a Marinha me formou, e à qual atribuiu 10 anos (!) da minha vida de oficial (após 2 na organizacão das primeiras eleições constitucionais em 1976...) :
E eis assim algumas observações, apresentadas sob o modo de conselhos sintéticos e simples a jogadores (incidindo mais sobre situações de "ataque") e que devem ser lidos tendo presentes as mais recentes exibições da equipa portuguesa.
- Não esquecer: a bola corre mais que o jogador !
- Frente à baliza: bola parada, bola treinada, bola marcada.
- Grande penalidade: habitualmente o guarda-redes lança-se para um lado, pelo que um remate para o centro, a meia altura (ou a 1,30 ou a 1,90m), tem mais probabilidades de êxito (assim o fez a Selecção Marroquina na eliminação da Espanhola).
- Tal como no andebol, a bola deve circular repetida e rapidamente entre as duas laterais até se conseguir distracção defensiva que permita a penetração - e para tal os extremos devem permanecer junto às respectivas linhas (o mesmo ocorrendo aquando da marcação de bolas de canto).
- O ponto a atingir no ataque deve situar-se a meia distância entre o canto e a trave, a fim de permitir o passe recuado (que muitas vezes até dá origem a golo de um defensor).
- Os avançados com poder de finta devem permanecer na grande área ou na área frontal junto a esta, a fim de tentarem provocar grandes penalidades ou livres directos (preferencialmente na zona distante cerca de 27 metros da baliza - o que permite rematar por cima da barreira visando um dos cantos superiores da baliza, ou, mediante simulação de tal tipo de remate, finalização rente ao terreno aproveitando o salto instintivo da cortina defensiva).
- Após passe em situações de ataque, desmarcação imediata para zona livre de adversários.
- Pensar sempre, e com antecedência, em duas alternativas para proceder caso a bola lhe venha a ser passada.
- Os jogadores intermédios devem deslocar-se em diagonais, de modo a poderem desequilibrar a estrutura defensiva adversária mediante eventual mudança da direcção do passe.
Como é óbvio, para que estes e outros conselhos possam ter aplicação prática não basta ser-se seleccionador ou um mero substituidor de jogadores durante um encontro e que, tendo o dom da palavra, explica depois o que porventura não tenha decorrido bem, não assumindo as suas responsabilidades.
E é necessário que tal pessoa tenha tempo e capacidade para adestrar uma equipa, de modo a que esta possa absorver as rotinas de base que, aliadas à criatividade interpretativa, são essenciais para o sucesso.
Desejo assim bons sucessos portugueses para os próximos Campeonatos da Europa e do Mundo.
1. Julho.2018, e actualizado em 11.Dezembro de 2022.
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